terça-feira, 28 de dezembro de 2010

GOSTO PELAS COISAS SEM COMPROMISSO

Aí o dia se fez sem querer,
Brincando entre folhas e formigas no quintal,
Sem falar dos pássaros e a imensidade das árvores
Corpadas, distintas, multiformes...
Deu por si e a manhã passou em sanhaçu.
O interior das panelas murmurava
E a cozinha era um cheiro só de delícia.
Largou o barro, se deixou da terra,
Pediu licença às formigas e correu como se voasse
E entrou voando em casa ligeiro tal beija-flor beijoqueiro
E aquietou-se ao pé da mesa
Esperando o agrado da mãe.
Esse menino tinha um certo gosto de emendar
Uma coisa na outra
E largá-las no espelho da cama para tecer seus sonhos.
Uma vez ele disse a mãe que borboleta é cor voando,
A mãe disse que isso é um vareio da imaginação,
Outra vez disse que quando as formigas querem se perder elas criam asas,
A mãe franziu a testa e disse
Que esse menino realmente tinha gosto para variações,
Não é que ela tava certa.



Diego Rocha
14/12/2008

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