quarta-feira, 7 de março de 2012

O LAMPIÃO

O menino ia pelo chão,
De lagarto a caracol o seu corpo ia sabido.
Ao longe, meia luz do lampião
Iluminava o rosto garimpado pela idade.
Até chegar de tropeço desequilibrando cada passo.



Diego Rocha

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

DA FONTE

Criei um menino sem comprometimento com as coisas sérias,
Bastardo para as horas,
Inútil para calendários,
Mas com um grande gosto para nada,
Pontual em acordar os galos,
Faceiro pra peixe,
Sutil pra lagarto
E imenso para mato.
Esse menino é tudo o que eu não fui.
De banho em chuva ele é sabido,
De subir em árvore é ligeiro e na copa é pássaro de trazer notícias.
Faz tudo às surpresas que quando entra em casa pela porta da frente
Pensam que é suspeita de febre,
Mas ele não tem tempo de adoecimento.
Ele é infinito dentro de mim e quando acorda, acordo,
Quando dorme, durmo,
Quando chora, choro,
Quando ri, sorrio.
Ele é anterior a minha consciência
E atual em minhas atitudes.
Diz ele que a solução de todos os problemas
É multiplicá-los por nada.


Diego Rocha

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Naquela tarde em cima de sua bicicleta
Ele vestiu a sua jaqueta
Arrumou a sua pala-
E vrão, vrão, vrão.
Desafiou dez-
Mentindo ser ligeiro.
Ele que só-rio
De não carecer de ver-
Idade
Para ser gente
De tão sul-ave.


Diego Rocha