segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Chuveu tanto ontem
que até brotou sapos e rãs e gias
Por enre os dedos dos pés de Abutiram
E passaram a viver lá com tal verdade
que se deu por ficar resolvido o assunto,
Abutiram parecia ter tino para coisas desinventadas,
de torto suas ideias cabiam no bolso,
Tinha vicio de catar esquecimentos,
Andava sempre de descaso
E nunca reclamava de ter que abrir o dia com a ponta da enchada.
Até que Abutiram passou de homem a vegetal com tal destreza só para namorar as borboletas.

Diego Rocha
05/10/2010

2 comentários:

  1. Égua diegão gostei da capa do livreto sem falar nos poemas. Esse teu estilo nostalgiconírico me agrada muito tbm apesar de amar os grandes periódos e metáforas carregadas de imagens absurdas. No mais apreciou a boa poesia independente de estilo! Falow grandão!

    ResponderExcluir
  2. Valeu meu caro. Sim, os períodos de imagens carregadas deram lugar a uma visão menos densa, suave e ao mesmo tempo, creio eu, cheia de imagens, só que desta vez, menos densa, acho que a palavra seja esta, densidade, se bem que isso pode nos levar a outros devaneios, talvez a palavra seja, excesso de dispositivos imagéticos surreais, propondo uma visão de mundo a partir de um outro ponto de vista, ou de uma outra forma de abordagem, é complicado pensarmos a respeito dete assunto, porém é muito importante, por fim, acho que a maneira de expor o objeto é que se alterou, o olhar continua subjetivo, mas desta vez com o suporte de trazer para o "real" uma observação descritiva da inutilidade dos seres e das coisas, por isso aderí ao título "DAs Coisas", é um aglomerado de insuficiências atreladas a um valor incomensurável atribuindo a uma variedade de insignificância um significativo nada mais nada menos que necessitam suas próprias funções.

    ResponderExcluir